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Temer afirma que sabe tratar com “bandidos”

Temer declarou ontem que “não está em busca de eliminar qualquer investigação apuratória” em curso e disse que seu governo não vai trabalhar para barrar o avanço da Lava Jato.

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O presidente em exercício Michel Temer rebateu ontem as críticas ao início de sua gestão e procurou demonstrar firmeza no comando. Um dia após o senador Romero Jucá (PMDB-RR) ter deixado o Ministério do Planejamento sob suspeita de tramar contra a Operação Lava Jato, Temer disse que não é “frágil” nem “coitadinho” e que tinha em experiência em tratar com “bandidos”. “Já ouvi dizer que Temer está muito frágil, coitadinho, que não sabe governar. Conversa”, afirmou Temer. Nesse instante, ele bateu com força na mesa com a mão espalmada.

“Eu fui secretário de Segurança em São Paulo por duas vezes e tratava com bandidos. Eu sei o que fazer no governo e saberei conduzir”, disse, em reunião no Palácio do Planalto com líderes de partidos aliados para explicar as medidas econômicas anunciadas ontem. Sobre as idas e vindas de sua gestão, como recriação do Ministério da Cultura, Temer disse: “As pessoas têm mania de achar que quem está no governo não pode voltar atrás. Nós somos como JK (Juscelino Kubitschek). Nós não temos compromisso com o equívoco. Se houver um equívoco, nós reveremos”.

Temer declarou ontem que “não está em busca de eliminar qualquer investigação apuratória” em curso e disse que seu governo não vai trabalhar para barrar o avanço da Lava Jato. Feitas um dia depois da saída de seu fiel aliado Romero Jucá do Planejamento, as declarações foram entendidas na Esplanada dos Ministérios como um recado a outros ministros que são alvo da operação. Temer, sob pressão da oposição, enfatizou em sua fala, sem citar diretamente a Lava Jato, que o seu governo não vai impedir as investigações. Segundo o presidente em exercício, “por mais que digam que há um esquema” para impedir as investigações, o governo vai sempre incentivá-las.

“Não queremos isso, não (barrar as investigações). Ninguém quer”, afirmou. Jucá foi afastado do Planejamento após o vazamento da gravação de uma conversa dele com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, na qual ele diz ser preciso “estancar a sangria” provocada pela operação.

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