O dólar comercial fechou em alta de 1,61% nesta quarta-feira (8), a R$ 3,234 na venda. A quarta alta seguida faz com que a moeda chegue ao maior valor de fechamento desde 27 de março, quando ela valia R$ 3,241.
No dia anterior, o dólar havia subido 1,29%, a R$ 3,183.
Queda da Bolsa da China afetou dólar
A alta desta quarta foi influenciada, principalmente, pelo resultado do mercado de ações da China no dia. A Bolsa de Xangai caiu quase 6%, diante da preocupação de investidores com a desaceleração da economia chinesa.
Em três semanas, as perdas da Bolsa de Xangai chegam a US$ 3,2 trilhões. As negociações das ações de 1.300 empresas foram suspensas nesta quarta para evitar que o preço dos papéis caia ainda mais.
Isso fez aumentar a procura por investimentos mais seguros, em dólar. Com a procura maior pela moeda, seu valor tende a subir.
“Pode ser indício de uma desaceleração mais ampla do gigante asiático, e quem deve sofrer com isso são aqueles países exportadores de commodities, como o Brasil”, disse o operador Jefferson Luiz Rugik, da corretora Correparti, à agência de notícias Reuters.
BC dos EUA diz que precisa de mais dados para subir juros
Nos Estados Unidos, o Fed (Federal Reserve, o banco central), disse que é preciso ver mais sinais sobre a recuperação da economia do país antes de começar a subir as taxas de juros.
As informações estão na ata de reunião realizada em 16 e 17 de junho, divulgada nesta quarta. O mercado aguarda as decisões do Fed sobre os juros a cada reunião do órgão.
A alta dos juros nos EUA preocupa os investidores porque pode fazer com que os recursos que hoje estão em países emergentes, como o Brasil, sejam transferidos para lá.
Inflação sobe para 0,79% em junho
A inflação em junho, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ficou em 0,79%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 12 meses, os preços acumularam alta de 8,89%, maior patamar neste tipo de comparação desde dezembro de 2003 (9,3%).
O valor está acima do limite máximo da meta do governo; o objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas há tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%).
Atuação do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares). Com isso, repôs ao todo o equivalente a US$ 1,868 bilhão –por volta de 18% do lote de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com Reuters)